segunda-feira, 12 de abril de 2010

Espiral do silêncio


Contagiante, não?

Política, economia, consumo, ecologia, moda... São muitos os assuntos que interessam a sociedade e que constituem bases para a formação da opinião pública. Os meios de comunicação de massa interferem ativamente na construção de pensamentos e opiniões, que acabam por "contaminar" um ao outro, quase como um "efeito manada" - o qual se refere à cópia de comportamento/ação entre as pessoas. Provocam, assim, a homogeneização das opiniões, ditam o que é certo e errado, pautando a vida dos indivíduos e dando a idéia de que é ela a responsável pela rotina de cada um (Teoria do agendamento/Agenda Setting).

Nesse mesmo contexto, a teoria da espiral do silêncio, pesquisa feita pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann, é relacionada com o silenciamento das pessoas frente às pressões da sociedade e da mídia. As opiniões divergentes - que não agradam a maioria - tendem a ser silenciadas, os indivíduos optam por não expressar o que pensam em troca de serem "aceitos" e "incluídos" na sociedade. Por outro lado, a teoria da epiral do silêncio pode ser vista como controversa e polêmica, pois não se sabe se esse estudo se aplica a qualquer grupo, nem até que ponto as pessoas se calam para deixar de expressar a opinião. Com a suposta "liberdade de expressão", talvez essa realidade esteja mais distante.

Usando o mesmo raciocínio, a publicidade aparece como uma corrente que padroniza a sociedade, tenta convencer a cada um de que o produto/serviço exposto é a melhor opção, ditando a moda e causando, muitas vezes, a segregação social. Será que as pessoas usam e compram produtos de tal marca porque gostam mesmo? Ou elas se sentem excluídas quando não os usam? O silêncio que se encontra por trás da linguagem verbal e não-verbal dos anúncios e comerciais seduzem os receptores e silenciam a opinião. Só existe aquilo, e nada mais.

2 comentários:

  1. Para os amantes do Discurso do Silêncio nada mais apropriado que "As Formas do Silêncio" de Eni P. Orlandi.

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  2. Nesta pesquisa, tem-se o intuito de analisar o silêncio como artefato da Política do silêncio, ou seja, a partir do viés ideológico. Assim, Orlandi (2005, p. 1290) nos diz:

    "Em procípio o silêncio não fala, ele significa. Se traduzirmos o silêncio em palavras há transferência, logo, deslizamento de sentido, o que produz outros efeitos. Isto de deve ao fato de que mesmo se o silêncio não fala, enquanto forma significante, ele tem sua materialidade, sua forma material específica.

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