quarta-feira, 21 de abril de 2010

ssshhh! Não vendemos produtos, vendemos felicidade!




"(...) o miraculoso do consumo serve (...) de sinais de felicidade" (BAUDRILLARD, 1995, pág. 22)




Quem nunca sentiu prazer ao adquirir certo produto/serviço? Até mesmo foi tomado de uma felicidade inexplicável, tudo causado pelo simples ato de compra? Através da Teoria Crítica - escola de Farnkfurt, - Adorno e Horkheimer foram os responsáveis pelo desenvolvimento do conceito de Indústria Cultural, na qual tudo que é cultura é tranformado em mercadoria, a produção cultural e intelectual passa a ser vista e guiada pelo consumo. Dessa forma, foi criada a idéia de que nós sempre nos realizaremos se comprarmos ou adquirirmos certo produto.


As produções televisivas e cinematográficas, por exemplo, sempre mostram personagens realizados e felizes porque têm algum tipo de objeto material. O que nós fazemos, então? A sociedade tende a imitar esses personagens, acreditando que alcançarão a felicidade que eles encontraram. A realização de cada um está condicionada a ter algo que se torna necessário (mesmo que não seja). Ter o celular mais avançado, o carro mais bonito, a roupa da moda, ir à festa mais comentada e esperada tornou-se sinônimo de felicidade. "Compre o nosso produto/serviço, e seja feliz [até lançarmos outra coisa mais desejada e moderna!]" Quem acaba comprando por acreditar que vai ter essa felicidade pode acabar não a encontrando, fato que só será superado ao consumir outra coisa, formando assim, o cliclo vicioso da sociedade de consumo.


Baudrillard mostra três exemplos que confundem os valores de consumo e felicidade: o kitsh, caracterizado pela reciclagem cultural (o que era antigo torna-se novo); o gadget, onde alguns produtos de utilidade prática passam a ter mais valor pelos seus acessórios e o lúdico, que representa a felicidade através da fuga da realidade. É a Publicidade que vai fazer com que o consumidor acredite que a realização está no consumo de objetos materiais, que os acessórios do produto são essenciais, que a felicidade na vida é fugir dela e que inúmeros objetos sem utilidade têm valor. Ela entra no incosciente de cada um e o seduz, fazendo-o acreditar na felicidade pelo consumo, e criando uma cultura industrial.

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